Pessimismo do setor industrial diminui, mas cenário continua preocupante

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado pela CNI, subiu de 50,1 pontos em julho para 51,7 pontos em agosto de 2024, apesar de continuar no nível mais baixo para agosto nos últimos sete anos. O índice, que varia de 0 a 100, indica pessimismo abaixo de 50 pontos. Embora a confiança tenha se aproximado da neutralidade, o otimismo ainda é frágil.

Em julho, o Índice de Condições Atuais caiu para 44,4 pontos, indicando pessimismo. Já o Índice de Expectativas permaneceu no campo positivo, com 52,9 pontos. Porém, a percepção sobre a economia brasileira caiu significativamente, atingindo 44,2 pontos, a pior marca em 14 meses.

Larissa Nocko, especialista da CNI, sugere cautela, destacando que três dos quatro componentes do ICEI permanecem abaixo de 50 pontos. A avaliação das condições atuais da economia brasileira, por exemplo, está em 40,6 pontos, sinalizando dificuldades contínuas para o setor.

Desafios econômicos

A visão pessimista do empresário com relação a economia nacional tem fundamento. Diariamente, o setor enfrenta uma abusiva carga tributária, a taxa Selic ainda em níveis altos e, mais recentemente, as flutuações da taxa de câmbio. De acordo com a pesquisa Sondagem Industrial, também da CNI, esses fatores, além da falta ou alto custo de matéria prima e risco de insuficiência de demanda interna foram os cinco maiores desafios enfrentados pelas indústrias nacionais no segundo trimestre de 2024.

Esses fatores causam grande impacto no dia a dia do setor, podendo levar ou agravar situações como a judicialização na cobrança de impostos, a necessidade de renegociação de empréstimos bancários e o aumento das causas trabalhistas devido a possíveis atrasos na folha de pagamento e aos encargos derivados.

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Fontes:

1 – Pessimismo em relação à economia brasileira retira confiança da indústria de patamar positivo em julho

2 – Confiança da indústria se recupera em agosto

3 – Confiança do empresário industrial volta a crescer depois de quedas

4 – Evolução da taxa de câmbio no segundo trimestre preocupa a indústria