O número de golpes virtuais subiu 13% em um ano, levando a Justiça e os bancos a anunciarem uma parceria para aumentar a segurança.
Abrir uma conta bancária, realizar movimentações financeiras, acompanhar rendimentos de aplicações, transferir valores e usar o Pix se tornaram ações cotidianas para milhões de brasileiros. Com a pandemia, o uso de aplicativos de bancos e instituições financeiras se intensificou, tornando as transações digitais uma constante no dia a dia da população. No entanto, assim como os clientes migraram em massa para o ambiente on-line, criminosos também passaram a atuar com mais intensidade, fazendo com que os golpes virtuais disparassem.
Embora os estelionatários sempre tenham existido, o ambiente virtual favoreceu a prática desses crimes. A facilidade de atingir um número maior de vítimas e a dificuldade em identificar e localizar os responsáveis por trás dos computadores tornaram o meio digital um terreno fértil para fraudes.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, enquanto os crimes de rua diminuíram — com reduções de 30% nos roubos a bancos e 18,8% em estabelecimentos comerciais — os estelionatos virtuais cresceram 13,6% entre 2022 e 2023¹. Em 2023, foram registrados 1.965.353 casos de estelionato no Brasil.
O prejuízo causado por esses crimes é alarmante. De acordo com a revista Exame, apenas em 2022, golpes virtuais envolvendo o Pix geraram um desfalque de R$ 2,5 bilhões, sendo que apenas 5% desse valor foi recuperado2.
Plano nacional para combater golpes virtuais
Em resposta ao aumento desses crimes, em agosto, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) firmaram um acordo de cooperação técnica para combater fraudes, golpes e crimes cibernéticos. A iniciativa visa criar a Estratégia Nacional de Segurança Financeira, com parâmetros definidos por um grupo de trabalho formado por representantes de setores como telecomunicações, varejo, financeiro e tecnologia3.
A iniciativa é necessária, uma vez que os criminosos estão sempre um passo adiante das autoridades, tanto pelo nível de sofisticação das fraudes, quanto pela quantidade de pessoas e empresas que são vítimas desses golpes. Para tentar diminuir essa diferença e tornar o ambiente virtual mais seguro para correntistas, as instituições financeiras investirão somente R$ 4,74 bilhões na área de segurança cibernética em 20244.
Golpes que desafiam as autoridades
Os criminosos aprimoraram suas ações e tem investido em tecnologia, o que permite a aplicação de golpes em escala industrial. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, um golpe é aplicado no país a cada 16 segundos.
Conheça os mais comuns5:
- Pix errado: Criminosos realizam uma transferência para a vítima e depois alegam que foi um erro, solicitando o reembolso. Após receber o valor, usam o Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central, deixando a vítima sem o dinheiro.
- Falso 0800: Estelionatários entram em contato com a vítima por SMS ou ligação, alertando sobre transações suspeitas e orientando a ligação para uma central falsa, onde os dados bancários são coletados e as contas esvaziadas.
- Boleto falso: Um boleto fraudulento, parecido com um serviço já consumido pela vítima, é enviado. Ao pagar, o valor vai para a conta do fraudador.
- Link falso: Mensagens enganosas, enviadas por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens, induzem a vítima a clicar em links maliciosos ou acessar páginas falsas, revelando dados pessoais e bancários.
Prevenção e cuidado constante
Para além dos desafios habituais enfrentados pelos empresários brasileiros, o aumento expressivo de fraudes digitais reforça a necessidade de redobrar os cuidados com a segurança financeira. É crucial que os empresários mantenham seus operadores bancários informados sobre qualquer transação suspeita e adotem medidas preventivas para evitar que suas empresas sejam vítimas de golpes.
Nesse cenário, a Invest Bravo demonstra seu compromisso com a segurança das operações e das informações transacionadas, investindo continuamente em ferramentas avançadas de cibersegurança. Esse esforço garante que os clientes da plataforma possam realizar suas transações financeiras com a confiança de que estão protegidos contra as ameaças digitais em constante evolução. A conscientização contínua, aliada ao uso dessas soluções tecnológicas de ponta, é fundamental para mitigar os riscos e proteger o patrimônio das empresas.
Fontes:
1 – Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024
3 – MJSP e Febraban firmam acordo para combate a fraudes, golpes e crimes cibernéticos
4 – Febraban e Ministério da Justiça assinam acordo para combate ao crime cibernético